Foto: Redes sociais (Reprodução)
À esquerda, Natália Knak em vídeo publicado nas redes sociais após a repercussão do caso; à direita, a advogada Giovana Sassi durante entrevista à Rádio CDN.
A advogada Giovana Sassi, que representa Natália Knak, confirmou em entrevista ao programa F5, da rádio CDN 93.5 FM, nesta sexta-feira (18), a existência de um processo judicial movido por Rafael Schemmer contra sua cliente e a tia dela. No processo, o agricultor pede uma indenização de R$ 100 mil por danos morais, além de R$ 0,01 por visualização do vídeo do “chá revelação das traições”. Porém, a advogada afirmou que considera haver uma inversão de valores e que quem deve receber danos morais é Natália.
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— Foi feita uma solicitação de danos morais pelo Rafael, através do seu advogado, no valor de R$ 100 mil de forma solidária contra a Natália e a tia dela, que era a dona do celular onde foi gravado o vídeo — explicou a advogada.
Segundo Giovana, o processo também pede que Natália seja proibida de falar publicamente sobre o caso, sob pena de multa diária de R$ 5 mil. Todos os pedidos foram negados pela Justiça até o momento, inclusive a remoção do vídeo das redes sociais.
— O juiz entendeu por não determinar a remoção diante da grande disseminação, que já não teria mais como identificar em todos os locais onde tinha o vídeo — acrescentou.
A defesa de Natália prepara agora uma estratégia jurídica que inclui um contrapedido de danos morais, chamado tecnicamente de reconvenção.
— Já que eles iniciaram um pedido de danos morais, a gente consegue no mesmo processo dizer assim: ‘Não, quem vai pedir danos morais somos nós — afirmou.
Giovana também esclareceu que o vídeo original não foi publicado por Natália nem por sua tia. Segundo ela, a gravação teria vazado em grupos de WhatsApp e, posteriormente, repercutido em plataformas como TikTok.
— Foi gravado pelo celular da tia da Natália, mas não foi nem a tia nem a Natália que publicou nas redes sociais — garantiu.
A advogada relatou ainda que orientou Natália a se manifestar publicamente esta semana para evitar a disseminação de perfis falsos que estariam usando sua imagem e até pedindo dinheiro para golpistas que tentavam se passar por Natália.
Por fim, Giovana destacou que Natália está emocionalmente abalada e não esperava a proporção nacional do caso, que se espalhou rapidamente pelas redes sociais e causou comoção em sua cidade, Quinze de Novembro, que fica perto de Ibirubá, no interior do Rio Grande do Sul.
— Ela queria se proteger, caso tivesse uma reação negativa do Rafael. A ideia era trazer a verdade para a família, não para o Brasil inteiro — afirmou, reforçando que a intenção de Natália era revelar as traições somente para a família e amigos íntimos, mas não nas redes sociais.
Questionada durante a entrevista sobre como avalia o fato de Rafael ter entrado com uma ação judicial contra Natália e a tia dela, pedindo R$ 100 mil por danos morais, a advogada não escondeu a indignação com o processo.
Em tom mais pessoal, Giovana criticou duramente a iniciativa do ex-companheiro de sua cliente:
— Isso é uma opinião pessoal minha como Giovana e não como advogada da Natália, tá? Eu acho um tremendo de um absurdo, uma inversão de valores gigantesca, alguém que fez o que fez entrar com um processo pedindo R$ 100.000 contra ex-esposa que foi traída por diversas vezes. Se tu olhar o vídeo, ele só balança a cabeça dizendo que sim, que realmente ele fez o que ele fez. Eu não consigo entender, realmente. Mas como o Judiciário é aberto para qualquer pessoa que se sinta lesada, ele tem esse direito. E, agora, como ele começou esse processo, a gente vai mostrar que ele não tem direito a isso. E que, muito pelo contrário, a Natália, sim, tem direito a pedir isso. E é isso que a gente vai fazer.
O que diz a defesa de Schemmer
O advogado José Luiz Dorsdt, que representa Rafael Schemmer, afirmou em entrevista à Rádio CDN que a motivação do processo judicial se dá pela exposição pública causada pela gravação. Segundo ele, o objetivo não é discutir as traições em si, mas o impacto causado pela divulgação do vídeo, que teria ultrapassado 100 milhões de visualizações nas redes sociais.
— De novo, só ressalvando, o Rafael não está aqui discutindo se fez ou não fez e com quem fez. Tudo isso deveria estar sendo resolvido numa esfera privada, mas como a Natália resolveu expor isso e essa exposição fugiu do controle pelo seu caráter bombástico, então Rafael entendeu em fazer um pedido de compensação parcial, porque dinheiro não paga uma honra que fica prejudicada por toda eternidade nas redes sociais. Eu faria isso da mesma maneira se fosse a Natália, numa situação invertida. Defendo o direito das pessoas e não de uma pessoa - afirmou o advogado.
Leia a reportagem completa aqui.
Relembre o caso
O caso veio à tona quando um vídeo de um chá revelação começou a circular por grupos de WhatsApp e redes sociais. Na ocasião, Natália Knak, grávida, expôs uma série de traições cometidas pelo então companheiro, Rafael Schemmer. Durante o vídeo, ela leu em voz alta mensagens trocadas entre o parceiro e diversas mulheres, incluindo o nome de algumas delas, o que gerou grande repercussão, críticas e também apoio.
Especialistas ouvidos pelo Diário alertam que, embora o adultério não seja mais crime no Brasil, a divulgação pública de mensagens e a exposição de nomes podem configurar difamação, passível de punição com detenção e multa. Quando ocorre por meio das redes sociais, a pena pode ser triplicada.
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